segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Chinese Democracy - 17 anos depois


A expectativa era grande. Afinal, passaram-se longos 17 anos desde o último disco de inéditas.
E a decepção também foi grande. O tempo, o dinheiro, as drogas, o egocentrismo, tudo isso elevado a enésima potência fizeram muito mal a “Chinese Democracy”, do Guns N’ Roses. 
Falta identidade no novo trabalho de Axl Rose e escudeiros. E quantos escudeiros! Nos créditos do disco, só de guiatrristas são cinco!: Paul Tobias, Robin Finck, Buckethead, Ron “Bumblefoot” Thal e Richard Fortus. Soma-se a eles os dois tecladistas, Dizzy Reed (esse, companheiro de longa data e o único membro das antigas fiel a Axl) e Chris Pitman, Tommy Stinsom no baixo mais os dois bateristas, Frank Ferrer e Brain.
 Voltando a identidade, o álbum é uma salada. Slash e Izzy Stradlin, no auge do Guns, injetavam doses cavalares de Hard, Metal e Punk Rock nos solos, riffs e demais passagens guitarristicas das músicas fazendo com que elas apresentassem uma identidade própria e casassem com a voz de Axl. O baixo de Duff e a bateria de Steven e depois de Matt serviam de apoio para formar o que se convencionou-se chamar de Guns N’ Roses. 

O que se vê nesse disco é que a identidade das músicas está, principalmente nas guitarras, associadas a quem as toca. Se a guitarra está nas mãos de Buckethead percebemos que o lado industrial, virtuoso está em evidência, assim com Robin Finck. O lado mais clássico fica a cargo de Ron “Bumblefoot” e assim por diante. 
O que se percebe nesse novo trabalho é a ausência de “pegada”. Os músicos são extraordinários e o que se ouve é um desfile de virtuosismo, mas em momento algum empolga a ponto de você dizer: - “Uau!!!, aí sim.” 
Mas nem tudo está perdido...... Existem faixas boas em “Chinese Democracy”. O Álbum começa bem com a faixa homônima, e mantém o ritmo nas faixas 3 “Better” que poderia muito bem servir de base para esse novo caminho musical da banda, 4 “Street Of Dreams” uma balada e a que mais se aproxima do que o Guns era e a faixa 6 “There Was Time” uma meia balada, se podemos chamá-la assim.
 Aliás, balada é uma forma legal de chamar o disco uma vez que ele é comportado demais para os padrões normais que acostumamos ouvir no Guins N’ Roses. Quase todas as músicas são muito lentas, abusam de efeitos eletrônicos e de produção. Produção que tecnicamente é perfeita, esmerada, mas que não salva o disco de afundar no ego do seu idealizador. 
Para um grande fã de Guns N’ Roses, fica difícil esconder a decepção de ouvir “Chinese Democracy” mas olhando lá atrás, na faixa “My World” de Use Your Illusion 2, já era de esperar tanta eletrônica e efeitos nesse disco. Infelizmente não estamos nos anos 90 e tais artifícios soam um pouco datados no hard rock atual. Talvez se Axl tivesse lançado esse disco logo após a saída dos outros integrantes e ao longo dos anos fosse moldando o som do Guns ele poderia, hoje, ter uma banda com a sua cara e sem tanta pressão envolvida.
 Mas ainda há tempo, será?

Ouça o disco na íntegra abaixo e dê a sua opinião.

Um comentário:

  1. o Guns já era... Nenhuma das músicas do novo disco tem "alma", ou "felling" . O axl parou no tempo. Ao ouvir esse novo disco tive a forte impressão de que o cara realmente quer reviver o Guns de antigamente, só que sem os integrantes originais. Isso é impossível, porque a grande sacada da banda no passado era a naturalidade e a química que rolava quando os caras se juntavam. Foi uma banda única. Quando o disco acaba parece que você acabou de ouvir uma trilha sonora de um filme de ação composta por uma banda contratada que idolatrava Guns n' Roses.

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