terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Music Junkie

Sou um viciado em música. Hoje, moderado, mas há alguns anos atrás eu poderia muito bem ser confundido com qualquer junkie por aí. 

Não poucas vezes gastei meu rico e suado din din no último lançamento da banda X  ou na edição especial da banda Y. Quando chegava o final do ano era uma beleza, saía das lojas com 5, 6, as vezes 10 cd’s na sacola. 

Não sei o que uma carreira de cocaína faz com o cérebro, ou como uma injetada de heroína mexe com o seu corpo, mas se a reação for: os pelos do corpo arrepiarem, a barriga doer, a adrenalina subir a ponto de você gritar na continuidade da música, então pessoal, parem de usar essas substâncias ilícitas e escutem música! 

E por que estou escrevendo tudo isso? Bem, antigamente meus “traficantes” eram as lojas especializadas, as revistas e fanzines. Hoje é a Internet. Na minha opinião é como se eu tivesse toda a Colômbia (traçando um paralelo com drogas, claro) só para mim, e sem pagar!

 Mas tudo isso tem seu preço, o barato já não bate tanto como antes. A facilidade é tão grande que o volume de informações não deixa a droga (música) subir à cabeça e fazer efeito. Enquanto você escuta a banda A já está baixando a banda B, de repente você esquece da banda B porque leu num site (revista já era) que a banda C ta fazendo o maior barulho e você TEM que ouvir.

 Será que tem mesmo? Cadê o romantismo de abrir o cd e ler o encarte, admirar a arte da capa e saber exatamente quem fez o que no trabalho daquele artista. Ok, ok, com cd a 30 paus (quando não mais), fica difícil saborear ainda mais sabendo que lá do outro lado, com uma boa banda larga, em alguns minutos você economizou tempo e dinheiro. Mas pense bem, temos que ter tanta informação assim?

 Bandas aparecem e desaparecem num minuto, duram no máximo, máximo dois discos e olhe lá. Já não temos mais uma história recente, pois todo dia um artista tira o foco do outro, apagando a sua história! 

Dias atrás fiz algo que há tempos não fazia, comprei um cd. É engraçado, cheguei em casa e ripei ele para o pc!! Mas foi muito bom abri-lo e me deliciar com toda a arte, não só com a música, mas com as fotos, desenhos e tudo o mais. Senti o barato de novo. 

Assim como eu acredito que outros têm o mesmo sentimento, de ter o trabalho completo do artista na mão, poder degustá-lo até dizer chega e só depois partir para outra. Resta saber se a indústria da música terá esse feeling com relação a nós consumidores ou se continuarão a atirar no pé com andam fazendo (artistas idem). 

E eu, bem, estou em REHAB

2 comentários:

  1. André, vc quase me fez chorar agora! Tenho alguns discos de vinil aqui em casa e me lembro muito bem o tempo que eu ficava admirando as fotos, letras e desenhos dos álbuns enquanto furava de tocar na vitrola rsrs... Ainda tenho alguns cds com encarte tbm, tenho até capas com encartes sem cds que perdi ou emprestei ou sei lá onde estão. Enfim... Acho que é o tempo curto que não permite mais essa diversão, ou estamos ficando velhos e a rapidez de informação não é completamente absorvida pelo cérebro. De uma forma ou de outra minha vida tbm é definitivamente movida pela música.

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  2. Ahhh André... sei exatamente o que vc quis dizer.... no início do ano ganhei de presente de meus pais o cd Number Of The Beast do Iron Maiden. Eu pude olhar os detalhes do encarte! É diferente quando vc compra ou lhe dão de presente, pois me trouxe uma sensação mais completa. Foi um saborear diferente. Mas claro, a net tá ai e veio pra ficar e é muito mais fácil vc num clique baixar tudo. Mas de vez em quando é mais válido vc comprar aquele tal cd daquela tal banda que se gosta. No meu caso, Iron!!! Abraço!

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