quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Camisas de flanela

Terminei a 8ª série em 1991. Já não era o “estranho no ninho”, tinha amigos, gozava até de certa reputação, pois após me enturmar consegui formar um grupo de amigos que até aquele momento era muito unido (achei que passaríamos o resto da vida juntos). Mas o final do ano chegou. As minhas opções naquele momento eram trabalhar como office boy na empresa na qual meu pai trabalhava ou entrar em uma escola profissionalizante afim de me tornar especialista em algum ramo da área industrial. Nunca me imaginei dentro de uma fábrica, mas como disse, as opções eram essas. Meu pai parecia já prever que a nossa situação financeira engrossaria (como de fato engrossou) e sutilmente, como sempre, me influenciou positivamente a seguir o caminho da escola profissionalizante (e é o que me sustenta até hoje).

Mas musicalmente falando, eu me tornara um roqueiro (já disse que odeio rótulos, mas naquele momento era o que eu era). Na minha vitrola só tocava paulada. Dos antigos, Led, Sabbath, Purple. Dos novos, Sepultura, Metallica, Slayer. Eu só ouvia pedradas!.
Tudo mudou exatamente no último dia letivo do ano de 1991. Como de costume eu estava ouvindo Clip Trip antes de ir para a escola (nota – naquela época tinha dias que o Clip Trip só tocava New Kids On The Block!), mas não foi o caso desse dia. Nesse programa tocou uma música de uma banda que varreu todos os modos e rótulos que até então reinavam no rock n’ roll. Era extremamente diferente e talvez por isso tão cativante. A música era “Smell Like Teen Spirit” e a banda, Nirvana.

Chapei.

No término da música fiquei me perguntando: - “De onde vem esses caras?, que som é esse?. É punk?. É metal?; Mas eles não tem cabelo comprido..... Não usam roupas pretas e não tem caveira nas camisas....... Mas que porra é essa?!!!!”
Fui para a escola com o refrão na cabeça, falei com meus amigos, mas ninguém conhecia a banda ou a música..... Formou-se um hiato e percebi que eu teria que descobrir sozinho da onde vinha esse som.

Nenhum comentário:

Postar um comentário