terça-feira, 13 de abril de 2010

Rock Nacional, Paralamas, Herbert De Perto

Sempre tive um pouco de receio com o rock nacional. Bandas como Capital Inicial, Legião Urbana, Barão Vermelho, por exemplo, sempre me levantaram suspeitas sobre a “originalidade” do som vindo de tais bandas nacionais.

Dentro dessa sacola a que mais me intrigava e me deixava ressabiado era a banda de Herbert Vianna e CIA, os Paralamas do Sucesso. Primeiro porque o som dos Paralamas nunca foi totalmente rock, os caras flertavam com reggae, ska, elementos africanos e outros sons latino americanos e eu, no alto do meu altar rock n’ roll nunca poderia aceitar uma coisa dessas (santa ignorância!). Segundo, o líder da banda, Herbert Vianna, nunca me despertou interesse como músico ou artista em geral. Achava-o prepotente, metido a estrela e rockstar.

Mas fui crescendo e percebendo, graças a Deus, que eu estava errado, ao menos no julgamento precoce e sem conhecimento de causa com relação ao rock nacional.

Se quiséssemos um rock mais cru podíamos recorrer ao punk dos inocentes, se quiséssemos umas pitadas do Mod inglês, tínhamos o  Ira!, assim como o blues rock clássico do Barão Vermelho ou o trovadorismo oitentista da Legião Urbana.

Dentro dessa salada musical que se tornava o rock nacional dentro da minha cabeça, os Paralamas do Sucesso ganharam um espaço especial devido exatamente as características que antes eu repudiava. Os elementos característicos da nossa cultura que eram inseridos dentro das canções da banda. A originalidade que eu antes desconfiava que existia estava mais do que evidente nas letras, nas músicas e no contexto geral do trio Herbert, Bi e Barone.

Os Paralamas do Sucesso são um grande power trio, que contam com um excelente baterista, João Barone, um competente baixista, Bi Ribeiro, e com um mais do que genial guitarrista e compositor, Herbert Vianna.

O talento dos três fica mais do que evidente no DVD “Herbert De Perto”, que narra a história do frontman dos Paralamas desde a infância nômade (devido a profissão do pai), passando pela montagem da banda, a chegada ao sucesso, a tragédia do acidente que matou a esposa de Herbert e causou a sua paralisia e atinge o ápice mostrando a sua força mental e física para recuperar-se.

É incrível como, em nenhum  momento, os três deixaram as conseqüências da vida os separarem. A força criativa de Herbert nunca teria voltado à tona sem a ajuda desse “irmãos espirituais” como o próprio Herbert os chama.

Na época do acidente, Herbert Vianna já figurava na minha lista dos maiores guitarristas brasileiros e agora, depois de saber um pouco mais da sua vida e dificuldades, torna-se um dos maiores símbolos para mim de demonstração de determinação, talento e mais do que tudo, amor pela vida...

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