quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Camisas de flanela - parte 3


Comecei a estudar na escola profissionalizante em Fevereiro de 1992. Em Maio do mesmo ano consegui um patrocínio de uma empresa que funcionava da seguinte forma. Eu trabalhava nas férias escolares e recebia o ano inteiro!. Basicamente eu recebia para estudar. Para mim era uma maravilha, eu tinha o meu próprio salário.

No final de 1992 eu já tinha me rendido totalmente ao som de Seattle. Na minha vitrola só passavam bandas de lá. Não que eu tinha me esquecido dos clássicos mas os anos de 1992 e 1993 foram de total prioridade para o som “grunge”.
Com o meu dinheiro eu fui a festa. Comprei discos de todas as bandas importantes da época, Alice in Chains, Pearl Jam, Soundgarden, L7 e muitos outros que até hoje estão em algum lugar na casa da minha mãe.

Em 1994 eu já tinha terminado a escola profissionalizante, já trabalhava como efetivo na empresa que me ajudou e estava no último ano do colegial. O movimento das bandas de Seattle tinha dado uma esfriada, mas as bandas continuavam a fazer sucesso e lançar disco. Foi nesse ambiente que veio a notícia. Kurt Cobain tinha dado um tiro na cabeça. O líder grunge tinha morrido. Foi um baque para todos. Era conhecido que Kurt não lidava muito bem com esse lance de hiper sucesso, o hype dele era subir no palco e extravasar os conflitos existenciais que ele tinha na sua vida. Depois da morte dele muitas de suas letras ficaram mais claras quanto a significados e identificação com pessoas próximas a ele.


Depois da morte do líder do Nirvana o grunge sumiu, sumiu das paradas, das rádios, da TV, de tudo e qualquer lugar que você imagina. Só fãs acompanham as bandas que até hoje lançam discos e fazem turnês. A do Pearl Jam pela América do Sul foi um sucesso e uma catarse (eu estava lá!). Para mim esse período foi o que eu mais me interessei em termos de musicalidade e atitude. Eu estava no centro do furacão. Como disse uma vez o jornalista Álvaro Pereira Júnior na coluna “Folhateen” do jornal “Folha de São Paulo” – ‘As bandas que conhecemos e admiramos na nossa adolescência são as que levaremos para o resto de nossas vidas’.
O grunge podia estar adormecido (nunca morto) mas o rock estava muito vivo, e eu também....

Um comentário:

  1. Fala Cunhado!!!
    Legal o blog. Importante conhecer essa musical em ti que estás tão latente, mas não se mostrou ainda!
    Bem, só tenho a agradecer por descobrir daonde vem os gostos musicais do meu amado! Teve muita influência (tanto positiva quanto negativa) de ti...
    Abraços
    Lilyan

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