quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Camisas de flanela - parte 2


Com o final do ano letivo eu perdi quase que totalmente o contato com os amigos do colégio. A maioria foi para as viagens de final de ano e logo depois ingressara em escolas técnicas.
Eu por minha vez fiquei em casa esperando o início das aulas na escola profissionalizante. E enquanto aguardava fui testemunha da última revolução do rock.



Não sei como, mas consegui fazer a MTV funcionar em casa, a transmissão UHF era muito ruim, mas dava para ver alguma coisa entre os fantasmas que apareciam de um lado para o outro.
Foi nessa tranqueira e com o “Clip Trip” (também tenho que dar o crédito a “Folha de São Paulo”e a revista “Bizz”) que descobri o que era o “Grunge”. Um “movimento” vindo da cidade de Seattle ao norte dos EUA com jovens que privilegiavam o som acima de tudo. O visual aproximava-se do punk (pelo desleixo) e o som variava de banda para banda. Algumas soavam clássicas (Pearl Jam), outras soavam punk alternativa (Mudhoney) e algumas soavam pesadas como as bandas de metal (Alice in Chains e Soundgarden). E outras não soavam com nada disso ou tudo isso junto. Era o caso do Nirvana.
O engraçado é que o único disco que tenho do Nirvana é o ”Unplugged in New York”, acho que na verdade eu nunca fui muito fã do Nirvana, respeitava a banda por ser a que estourou e trouxe para mim todas essas citadas acima.


Até esse momento, início de 1992, eu estava acompanhando tudo pelo que as rádios mandavam (89fm e 97fm), pelo que os jornais e revistas escreviam e pelo que a TV mostrava. Na época não tinha internet então tínhamos que “correr” atrás da informação.
Eu ficava o dia inteiro na escola profissionalizante , entrava às sete da manhã e saía às quatro da tarde. Como complemento eu fazia o colegial à noite. Dentro desses “centros de educação” era aonde eu me abastecia de informações e curiosidades. Foram nesses lugares que descolei o “Nevermind” (Nirvana) e o “Bricks Are Heavy” (L7) para gravar, conseguia informações que não obtinha nos meios tradicionais e ia tentando organizar tudo dentro da minha cabeça.
Eu estava apaixonado por esse som. Não sei se porque era o ápice da minha adolescência, mas eu pirava com o som que Pearl Jam, Nirvana e CIA estavam fazendo.

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